COMO PREPARAR UMA AULA DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
- Romário Rodrigues
- 10 de abr.
- 11 min de leitura

“Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a lei do Senhor, e para a cumprir, e para ensinar em Israel, os seus estatutos e seus direitos “ (Ed 7.10).
A Escola Bíblica Dominical, sem sombra de dúvidas, é a principal agência educadora da igreja. Através do ensino das Escrituras, a EBD, tem contribuído para a formação espiritual, familiar, intelectual, ministerial, do corpo de Cristo.
Uma EBD eficiente é sem sombra de dúvidas a principal agência de discipulado da igreja. Por meio dela (não só), o discipulado cristão (que é contínuo), é promovido, as vidas são edificadas, a bíblia é ensinada à noiva, os membros são treinados para o ingresso na vida ministerial, às famílias são fortalecidas através do ensino.
A EBD é responsável pela solidificação da fé dos cristãos, promovendo o crescimento qualitativo do corpo de Cristo, conduzindo a noi pelas as Escrituras, segundo os princípios do Noivo-Cristo.
Mas, para que a EBD seja eficiente e relevante, é necessário que várias “engrenagens” funcionem e cumpram o seu devido papel. Existem aspectos que são indispensáveis para uma EBD eficiente e edificante, como veremos a seguir.
Uma das principais engrenagens para uma Escola Bíblica Dominical relevante e impactante é o preparo dos professores. Nenhuma EBD sobreviverá com um quadro de professores que não se qualificam.
Professores preparados e qualificados ministrarão aulas saudáveis e impactantes; aulas bem ministradas resultarão em uma EBD saudável e transformadora; uma EBD saudável e transformadorabcontribuirá para a construção de uma igreja saudável, relevante e impactante.
Professor lembre-se que, “o melhor marketing para a EBD são aulas bem ministradas”. Quando nossas aulas são “mais relevantes” que o sono do aluno no domingo pela manhã, certamente o mesmo será impulsionado a trocar as horas de repouso pelo aprendizado saudável da palavra de Deus. Pense nisso!
Aulas bem ministradas é resultado de aulas bem planejadas; não há êxito na docência se não tivermos planejamento e preparo das nossas aulas. O preparo e o planejamento demonstram previamente não só como serão nossas aulas, mas demonstra também o nosso nível de comprometimento com o “ministério para o qual Deus nos chamou”. Logo, o que ocorre em sala de aula é resultado (em geral) do que acontece fora dela. Assim, caro professor, não abra mão do preparo, pois o mesmo é fundamental para o bom exercício do magistério cristão.
O RELACIONAMENTO DO PROFESSOR COM DEUS
Muito antes do preparo da aula em si, é necessário que o professor da EBD seja alguém que investe no seu relacionamento com Deus. Nossas aulas são determinadas em primeiro lugar, pelo nosso nível de relacionamento com DEUS. Paulo aconselha a Timóteo “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina...” (1Tm 4.16). Assim, antes de cuidar da doutrina (ensino, instrução), Timóteo deveria cuidar de si mesmo, ou seja, o mesmo deveria cuidar e investir no seu relacionamento com Deus. Paulo prossegue: “persevera nestas coisas; porque fazendo isto, salvarás tanto a ti mesmo como aos que te ouvem”.
Vemos que, o êxito ministerial de Timóteo seria fruto do “perseverar nestas coisas”, ou seja, viver, cumprir as Escrituras na qual o mesmo seria um ensinador; logo, nosso nível de comprometimento na nossa relação com Deus, determinará os rumos do nosso exercício ministerial- é impossível desassociar uma coisa da outra.
Investir em relacionamento com Deus é primordial em tudo em nossas vidas. Caro leitor, quanto da sua vida tens investido em sua comunhão com Deus?
Está satisfeito com seu “nível” de comprometimento com Deus? O que pode melhorar? Do que deves abrir mão? O que precisa acrescentar?
Do nosso nível de comprometimento com Deus, dependerá não só nossas aulas, mas toda a nossa vida. Reflita a respeito.
NOSSA RELAÇÃO EXTRA SALA COM OS ALUNOS
Um fator que não pode ser desprezado é a nossa relação extra sala com nossos alunos. É fundamental que o professor se relacione bem com seus alunos, buscando conhecê-los mais de perto. Existem professores que lecionam há anos na mesma turma e sequer sabem os nomes dos seus alunos. Um bom exercício do “ministério do ensino” passa por uma boa relação extra sala. Assim, o professor deve tomar medidas para se aproximar mais dos seus alunos.
Nesse processo, atitudes simples fazem a diferença: chamá-los pelo nome, saber onde mora, conhecer um pouco da realidade de cada um deles, saber das suas necessidades, felicitá-los em datas “especiais” como aniversários, visitá-los, criar vínculos no seio da igreja etc. Portanto, é necessário investir em relacionamento, nosso convívio com os alunos deve transpor os limites das quatro paredes da sala de aula.
Caro leitor (se for professor), você conhece seus alunos? Sabe onde moram? Os chama pelo nome? Já os visitou? Como anda seu relacionamento com seus alunos? Sente que pode melhorar em alguma área? Reflita sobre e tome atitudes que promova um bom nível de relacionamento com os mesmos.
PREPARO CONTÍNUO E PREPARO ESPECÍFICO
Quando falamos de preparo do professor, queremos dizer que esse preparo se dá (pelo menos) em dois níveis; o preparo CONTÍNUO E O PREPARO ESPECÍFICO.
O PREPARO ESPECÍFICO
O preparo específico se dá quando o professor prepara uma aula em si, ou seja, quando o mesmo é escalado uma ou duas semanas antes para ministrar a aula e separa alguns dias da semana para preparar a aula, orando, lendo o texto base da lição, lendo a lição, lendo o livro de apoio e outros auxílios necessários. Assim, o preparo específico seria tudo o que envolve o planejamento necessário para a ministração de uma boa aula. O preparo específico é necessário (obviamente), mas o professor não deve se deter apenas aqui, como veremos.
O PREPARO CONTÍNUO
Já o preparo contínuo é mais amplo, ele se dá diariamente. O professor não deve resumir seu preparo a apenas quando é escalado para lecionar, jamais, seu preparo deve ser diário. O professor deve ter uma “rotina” diária de preparo. O preparo específico deve ser o resultado do preparo contínuo, diário. Um professor que despreza o preparo contínuo, jamais exercerá um ministério com excelência.
Professor prepare-se diariamente. Separe um tempo para isso todos os dias e não negocie isso por nada. Um professor que rejeita o preparo contínuo, não sairá da mediocridade ministerial.
Dará aulas enfadonhas, sem vida, repetitivas, sem conteúdo, e muito superficial. O preparo específico só será eficiente e produtivo se o mesmo for precedido por um árduo preparo contínuo. Professor, não seja “refém” da escala. Prepare-se sempre.
Lembrem-se, boas aulas, aulas marcantes, um ministério bem sucedido, não se faz na pressa e no improviso, mas se faz na busca, na dedicação, na disciplina, na constante busca pelo saber mais de Deus, para que o melhor seja ofertado em sala e fora dela. Um magistério impactante não se faz da noite para o dia, mas se faz na busca diária, na incessantemente sede e busca em fazer tudo com excelência, para a glória de Deus. Aleluia!
PREPARE-SE ANTECIPADAMENTE
Muitos professores são superficiais exatamente porque não se preparam adequadamente. E quem deseja se preparar adequadamente, deve se preparar de forma antecipada. Além do preparo contínuo, diário, quando for escalado para ministrar, o professor (que já é um estudioso), deve já tão logo começar o preparo específico, o planejamento da aula.
Deixar para olhar a lição no sábado à noite (por exemplo), é um verdadeiro desprezo à chamada divina. Um professor assim, não ama o que faz, não respeita seus alunos, deveria ser “tratado” para depois estar em pé em sala de aula. Pessoas sem compromisso diante da classe, é mais grave do que um ônibus sem freio e desgovernado.
Afinal: Pra quem estamos ensinando? A quem estamos ensinando? O que estamos ensinando? Qual nosso nível de comprometimento?
Olha, se não levarmos a sério o que Deus nos chamou pra fazer, se não temos responsabilidade e comprometimento diante da “noiva de Cristo”, qual compromisso temos com Deus?
Muitas são as classes de EBD que gemem e minguam por causa (principalmente) de professores desqualificados e sem compromisso. A falta de compromisso de um professor pode levar não só a EBD, mas a igreja em geral a sofrer profundos prejuízos (em vários aspectos ) Portanto professor, prepare-se a tempo. Leia, ore, estude, pesquise, não deixe para a última hora. Prepare-se adequadamente e antecipadamente e será um professor que ministra aulas “impactantes e vivas”. Não conte com o improviso, não seja refém de armengos. Deus quer o melhor de cada um de nós.
Você faz o “melhor pra Deus”?
AS TRÊS DIMENSÕES DO PREPARO CONTÍNUO
O PREPARO ESPIRITUAL
O professor deve investir diariamente na sua comunhão com Deus.
Por isso, o professor deve ter uma vida de oração, deve ser um exímio estudioso das Escrituras, deve cultuar a Deus no templo, e cultivar uma vida Devocional profunda com Deus. Nosso labor em sala de aula será um desdobramento de nossa vida devocional. Como anda sua vida devocional?
Antes de se encontrar com seus alunos em sala de aula, o professor deve se “encontrar” com Deus diariamente em oração e devoção; antes de ministrar aos seus alunos, o professor precisa ser ministrado por Deus; antes de falar aos alunos, fale com Deus primeiro; antes de ser ouvido por seus alunos, ouça a Deus primeiro e primeiro seja “ouvido” por ele; antes de se levantar para ensinar, desça na presença de Deus em devoção.
O PREPARO EMOCIONAL
O preparo emocional também é crucial na vida do professor. O seu “estado” psico-emocional refletirá inevitavelmente em sala de aula e nas suas relações com seus alunos. Assim, o professor deve zelar por sua vida emocional. Os fatores psicológicos jamais devem ser desprezados (nem os do professor e nem os do aluno).
Muitos professores são exímios nas questões didáticas e pedagógicas, mas negligenciam os fatores emocionais, fazendo com que o seu exercício ministerial seja profundamente comprometido. Portanto professor, cuide-se, emoções “bem tratadas” é fator crucial dentro e fora da sala de aula. Perceba o que Paulo disse a Timóteo (como citado acima), cuida de ti mesmo, e da doutrina.
O cuidado de si mesmo envolve também o cuidado da saúde emocional. Você tem investido em sua vida emocional? Como anda a sua “gestão” da vida emocional? Com a mesma habilidade que devemos cuidar do espírito, devemos também cuidar da nossa alma. Cuide-se, e deixe ser cuidado.
O PREPARO INTELECTUAL
O professor que não se prepara intelectualmente está “condenado” a deixar de ser ouvido. Negligenciar o preparo intelectual é sepultar o magistério cristão. Paulo disse: “se é ensinar, que haja dedicação/que ensine” (Rm 12.7). A falta de dedicação de muitos professores tem sido uma das principais causas de salas vazias.
O professor que investe intelectualmente colherá frutos duradouros dentro e fora das salas. Professor tenha uma inegociável rotina de estudo e preparo; Tenha sua biblioteca individual, adquira bons livros, bíblias de estudo, dicionários bíblicos, comentários, panoramas bíblicos; além disso, claro, participe de eventos voltados para a educação cristã; faça cursos de capacitação, é indispensável também cursos de teologia nos vários níveis. Ou seja, use os meios que lhe for possível para se preparar.
Use todos os meios disponíveis para esse preparo intelectual diário, o mesmo será um fator preponderante em sala de aula e fora dela. Prepare-se, e não negocie isso por nada. Assim, o preparo específico deve ser o resultado do preparo contínuo; o professor jamais deve se prender apenas ao preparo específico, mas deve desenvolver uma rotina de aprendizado, preparo e crescimento diário; preparando-se, espiritualmente, emocionalmente e intelectualmente, disto dependerá seu “ministério do ensino das Escrituras”.
COM A LIÇÃO EM MÃOS
O CONTEÚDO DAS LIÇÕES
O conteúdo das lições CPAD (por exemplo) gira em torno de três vias principalmente: Estudo acerca de um livro da bíblia, estudo acerca de um tema específico ou estudo acerca de um personagem bíblico.
Por exemplo, a lição de adultos do primeiro trimestre de 2025, é temática, estamos estudando sobre Apologética, ou defesa da fé, já a lição de jovens trata de um “livro” da Bíblia, a carta de Tiago; já a lição de Jovens do segundo trimestre de 2025, tratará sobre um personagem bíblico, o rei Davi.
O professor deve antes “de tudo” estar inteirado do assunto do trimestre.
● Quando o trimestre é temático. Quando for, o professor deve reunir todo o material possível sobre o tema e estudar previamente e minuciosamente o tema. Assim, quando estudar a lição especificamente, o professor já estará bem norteado acerca do assunto;
● Quando o trimestre for sobre um livro da Bíblia.
Nesse caso, é recomendável que o professor leia o livro todo várias vezes; assim o mesmo ficará mais familiarizado com tudo o que será tratado nas lições do trimestre . Além de ler o livro em estudo, leia outros materiais relacionados ao mesmo, como comentários bíblicos etc.;
● Quando o trimestre for sobre um personagem bíblico.
Nesse caso também o professor deve reunir todo material possível sobre o mesmo; é indispensável também que o professor leia as passagens bíblicas que trata acerca do personagem em estudo etc.
Para esse preparo prévio, é extremamente necessário que o professor tenha sua biblioteca particular; é nela (não só) que o professor deve buscar recursos para o preparo das suas aulas.
Além disso, claro, existem outros meios disponíveis, como a vastidão de conteúdo disponível nas mídias sociais. Mas claro toda pesquisa requer um alto nível de cuidado e vigilância, nem tudo o que está disponível nas redes sociais é necessariamente bom; é preciso ter cautela e vigilância, sobre nossas fontes de pesquisa, é preciso retirar “os espinhos do peixe” se não poderemos comprometer nossas aulas e nosso ministério, além de prejudicar a vida dos nossos alunos.
Estudos e pesquisas de forma antecipada sobre o tema do trimestre tornará o professor melhor habilitado para o bom exercício das suas aulas.
Lembre-se, quanto mais preparados estivermos (contínuo e específico), melhor condições teremos de exercer um magistério cristão com excelência.
A PLURALIDADE EM SALA DE AULA
O conhecimento dessa realidade é fundamental.
As pessoas são diferentes e aprendem de maneira e em ritmo diferentes.
Quanto melhor for o relacionamento do professor com alunos extra sala, mais capacidade o mesmo terá de reconhecer essa pluralidade em sala de aula. Mesmo em igrejas onde cada aluno estuda na sua respectiva faixa etária, ainda assim a pluralidade continua.
Cada aluno aprende de “forma diferente”, uns são auditivos, outros visuais, outros verbais, outros são mais táteis etc. Além das múltiplas formas de aprender, o professor precisa estar atento, pois, em muitas salas de aula temos vários alunos “especiais”, portadores de transtornos do neurodesenvolvimento como: autismo, tdah, dislexia etc.
Será que estamos preparados para além de respeitar a pluralidade sermos eficientes na inclusão?
Assim, o professor deve conhecer bem a realidade dos seus alunos, dessa maneira terá melhores condições de ministrar aulas mais eficientes. O professor deve ser profundamente sensível à pluralidade de seus alunos.
A LIÇÃO EM SI
O professor deve ler e estudar a lição de forma antecipada, jamais deixar pro sábado à noite ou domingo pela manhã. Ao estudar de forma antecipada o professor evita entre outras coisas, o imprevisto e o improviso. Os alunos perceberão quando o professor improvisar. Note isso.
É importante que o professor leia a lição mais de uma vez (no mínimo 3 ou 4). Quanto mais lê, mas o conteúdo lhe será mais familiar. Não basta ler, é preciso ler da forma correta, ler e estudar.
Leia de forma organizada:
· Leia fazendo anotações;
· Leia conferindo as referências bíblicas;
· Leia destacando os pontos centrais;
· Leia com o auxílio de um dicionário (para possíveis consultas de palavras não tão comuns)etc.
Assim, nobre professor, leia com planejamento, estude minuciosamente a lição, faça com que o conteúdo lhe torne o mais familiar possível. Não esmoreça na leitura e no estudo.
UTILIZANDO BEM OS RECURSOS INSERIDOS NA LIÇÃO
A própria lição já traz no seu escopo vários subsídios e auxílios para o professor. Entre esses auxílios estão:
● O plano de aula;
● O próprio texto áureo;
● A verdade prática;
● A sinopse;
● Auxílios bibliográficos etc.
Pode variar de uma lição para outra, mas, todas têm algum tipo de subsídio para os alunos; se utilizados da forma correta, são muito úteis no preparo da aula. Além disso, as classes de jovens e adultos contam também com livro de apoio, uma abordagem mais ampla e detalhada acerca do tema do trimestre, vale a pena adquirir. Logo, se o professor souber utilizar, se beneficiará dos vários auxílios disponíveis no “seio da lição”.
UTILIZANDO OUTROS RECURSOS ADICIONAIS
No preparo da aula e na montagem do seu esboço (caso prefira assim), outros materiais de auxílio são muito importantes.
Ao preparar sua aula tenha sempre em mãos:
● Uma bíblia (obviamente);
● Um caderno /tablet para anotações;
● Um dicionário bíblico;
● Uma bíblia de estudo;
● Mais de uma versão da bíblia para comparações;
● Materiais que tratem sobre o tema do trimestre;
● Comentários bíblicos etc.
Essas ferramentas são extremamente importantes, daí a necessidade do professor ter a sua biblioteca particular. Professor, não se “limite” a lição, mas, com cuidado e equilíbrio vá a outras fontes, cave mais, busque mais, torne suas aulas mais ricas e vibrantes. Pense nisso!
SUBLINHE OU DESTAQUE OS PONTOS CENTRAIS DA LIÇÃO/FOCO NELES
No preparo da aula o professor deve se atentar a essa realidade, todos os tópicos e subtópicos tem os pontos centrais, são exatamente neles que o professor deve focar. As lições são muito ricas e não dá minuciar todo o conteúdo, assim o professor deve se concentrar nos aspectos centrais de cada tópico e subtópico.
Descubram quais são os pontos “principais” de cada tópico e subtópico e foque neles Eis alguns dos benefícios de sublinhar, destacar os pontos centrais da lição:
● Assim, o professor evitará ficar “atirando pra todo lado”;
● Fará com que o professor tenha melhor domínio do tempo;
● Contribuirá para que não ocorra a fuga do conteúdo da lição;
● Proporcionará mais eficiência na explicação e aplicação do conteúdo;
● Contribuirá para que os “propósitos” da lição sejam atingidos;
● Ajudará a prevenir os famosos “brancos” em meio a ministração etc.
Portanto, saibam quais são os pontos centrais de cada lição, e priorize-os. Não gaste seu tempo em questões periféricas, foque no que é “essencial”.
A ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
O professor deve saber previamente o tempo que terá disponível em sala. Sua aula deve ser preparada levando isso em consideração.
Nossas aulas duram em média uma hora (pode variar), dessa forma é dentro desse tempo que deve ser feito seu plano de aula.
Nossas lições geralmente têm:
Uma introdução, três tópicos com três subtópicos cada, e uma conclusão.
O professor precisa estar ciente que dentro dessa uma hora alguns aspectos se farão necessárias dentro da aula (pode variar), como:
● Fazer menção ou ler um trecho de cada subtópico (o professor não precisa ler toda a lição, mas precisa estar em conexão com ela);
● Fazer a exposição de cada subtópico desses (assim como a introdução e conclusão);
● Ler em sala de aula referências bíblicas (aliás, a Escola é bíblica e a bíblia é a nossa fonte de estudo);
● Ouvir as perguntas dos alunos e buscar respondê-las (no que for possível);
● Promover a participação dos alunos (é preciso fazer isso com equilíbrio);
● A depender do contexto, faixa etária e tema, promover dinâmicas em sala (de forma pontual, objetiva e que acrescente a lição) etc.
Vejam, alguns aspectos podem variar de uma realidade para outra; mas existem aspectos inegociáveis em uma aula.
Por exemplo, o professor não vai pra sala de aula para ler a lição. Isso deve ser feito em casa, por alunos e professores. Mas, o professor precisa ministrar em conexão com o conteúdo da lição. A exposição do conteúdo, assim como a leitura (com os alunos) de textos bíblicos são princípios inegociáveis em sala de aula (entre outros).
Observe que, em média, o professor tem 60 minutos em sala de aula (em geral), se considerar: introdução, os três tópicos com três subtópicos cada e a conclusão, fica em média 5 ou 6 minutos para cada “subdivisão” (apenas um exemplo).
O professor precisa ser um bom administrador do tempo, a fim de ministrar o conteúdo dentro do tema proposto, sem, no entanto atropelar o horário e conseguir abordar todos os tópicos (extraindo os pontos centrais de cada) da lição. Claro, o professor pode (com equilíbrio) redistribuir o tempo da forma mais proveitosa possível; por exemplo, há casos em que há a necessidade de dedicar mais tempo a um subtópico do que outro, e isso deve ser feito, sempre priorizando os “pontos centrais de cada subtópico”. Lembre-se que, uma aula tem:
● Introdução.
A Introdução é como um “aperitivo” da aula. Não introdução se pontua de forma breve e resumida o que será ministrado em aula. Tenha o cuidado para não falar demais na introdução; também tenha cuidado para que a mesma não deixe de “ser um norte da aula”. É na introdução que o professor conquista ou perde o “direito de ser ouvido pelos alunos”. Faça-a de forma breve, clara e objetiva. Se seu tempo é de 60 minutos (por exemplo), jamais gaste mais de 5 minutos na introdução. Se
● Desenvolvimento.
O desenvolvimento é a exposição da aula, é quando o conteúdo da lição é exposto, explicado e aplicado à classe. Aqui se dedica a “maior parte do tempo” da lição. Aqui (principalmente), a aula é exposta, a bíblia é lida em sala, as dúvidas são tiradas, os alunos interagem, e as aplicações são feitas a cada ponto etc.
● Conclusão.
A Conclusão é o desdobramento abreviado de toda a lição. É nela que se revista (brevemente), o que foi visto durante a aula. É nela que as aplicações práticas são trazidas à memória dos alunos. É na conclusão que o propósito (ou propósitos) da lição deve ecoar nos corações dos alunos, a fim de que os mesmos saiam da sala aplicando cada princípio aprendido em suas vidas.
A conclusão deve ser: curta, clara, prática e objetiva (evite conclusões longas e enfadonhas ). Se seu tempo de aula é de 60 minutos, sua conclusão deve ter no máximo 5 minutos. Seja objetivo!
O ESBOÇO DA AULA
Há professores que se utilizam do esboço, outros não utilizam, mas, aos que utilizam o esboço em sala é preciso analisar alguns aspectos.
· Primeiro, o esboço deve focar os pontos centrais da lição;
· Segundo, embora o esboço seja importante, o professor não deve se prender totalmente ao esboço;
· Terceiro, o esboço é um norteador, e não uma cópia para ser lida em sala de aula;
· Quarto, o esboço deve ser organizado, seguindo toda a estrutura da lição e seus pontos “principais”;
· Quinto, o esboço é um norteador, e não uma cartilha;
· Sexto, não se esconda atrás do esboço, ele é um auxílio, e não uma “muleta”;
· Sétimo, não seja refém de esboço. Use-o, mas não viva exclusivamente do mesmo.
Quando bem utilizado (aos que preferem), o esboço pode ser um aliado na ministração da aula.
AS METODOLOGIAS DE ENSINO
Cada professor deve desenvolver ao longo do tempo “seu jeito próprio de ensinar”, cada professor “é único”; embora sempre estejamos aprendendo com outros, jamais devemos abrir mão da nossa “particularidade”.
Existem excelentes metodologias de ensino, e as mesmas são extremamente úteis, mas o professor precisa ser flexível (no que for possível), sem, no entanto perder "seu jeito de ser”. Um professor flexível entenderá que um método pode ser mais útil que outro a depender do conteúdo e do público alvo.
Muitas das vezes, um bom método até bem aplicado, a depender do contexto ele pode não surtir o efeito esperado, por isso professor, no que for possível, seja flexível; a palavra não muda e não pode se adaptar aos métodos, mas os métodos podem ser modificados para se adaptar ao conteúdo e a forma do aluno aprender.
Assim, cada professor é “único”, mas a individualidade não pode ser confundida com o individualismo; dessa forma, sempre que possível, sejamos flexíveis quanto a nossa metodologia de ensino.
Existem bases no ensino (princípios, pedagogia, didática, metodologia) que são “valores inegociáveis”. No entanto, quanto aos métodos de se planejar e aplicar uma aula, é necessário que o professor seja flexível quando for necessário.
O próprio Jesus usou metodologias diferentes na sua abordagem com as pessoas. A palavra é a mesma, mas a abordagem pode ser flexibilizada.
Veja que a abordagem de Jesus diante da “Mulher Samaritana” (Jo 4.1-42) foi muito diferente da sua abordagem diante de Zaqueu (Lc 19.1-10). Se o próprio Jesus, o mestre por excelência, “era” flexível quanto ao seu público ouvinte, o que dirá a nós? Paulo é outro exemplo de flexibilidade quando a sua metodologia de abordagem (1Co 9.19-23), e esse era um dos motivos pelos quais o mesmo tinha tanto êxito não só no mistério do ensino, mas em toda sua missão aqui na terra. Aprendamos com Cristo e com Paulo.
OS RECURSOS DIDÁTICOS
Os recursos didáticos e audiovisuais são extremamente importantes no magistério cristão.
Slides, gravuras, quadros, recursos lúdicos, dinâmicas etc. são algumas das formas de tornar uma aula mais didática. O professor deve lançar mão desses recursos sempre que possível. Ao lado da metodologia de ensino, os recursos didáticos devem ser empregados da melhor forma possível.
Nesse aspecto, o professor também deve ser flexível com a realidade e o contexto de cada aula, assim como a faixa etária de cada turma. Todo recurso dessa natureza deve ser utilizado com bom manejo, buscando corroborar para aulas mais didáticas e edificantes.
A definição dos recursos a serem usados, deve ser feita muito antes da aula, e o professor deve tomar nota se será possível aplicar os mesmos dentro da sala (já que muitos recursos são raros na maioria das salas, e outros até enfrentam níveis de resistência). Tudo deve ser feito com sabedoria e equilíbrio. As novas tecnologias, por exemplo, é uma realidade na qual o professor não deve ignorar, mas deve buscar utilizá-las da melhor forma possível a fim de que suas aulas se tornem mais didáticas e produtivas.
A INTERAÇÃO COM OUTROS PROFESSORES
É muito Importante essa interação durante a preparação da aula.
Quando professores dedicados se unem, quem ganha é a EBD e o corpo de Cristo. Assim, converse com outros professores durante a semana e troquem experiências também. Se reúnam se possível e promovam outros meios de crescimento mútuo entre o corpo docente.
É interessante que os professores tenham um grupo (Whatsapp, por exemplo), onde possam dialogar a distância e também compartilhar conteúdo bíblico teológico.
Professores que se unem, são mais produtivos. A união contribuirá para que o crescimento do corpo docente seja uniforme. Pense nisso! Você dialoga com os demais professores durante a semana? Compartilha as dificuldades? Contribui com a vida de outros professores? Faz parte de comunidades que visam o enriquecimento espiritual e intelectual dos professores?
A INTERAÇÃO COM OS ALUNOS DURANTE A SEMANA
Faz parte também da preparação da aula essa interação. Tenha vínculo com seus alunos e interaja com eles durante a semana, esboçando ideias acerca da lição e outros temas.
Isso não só enriquecerá as aulas, mas também fortalecerá os vínculos entre o professor e seus alunos, assim como fortalece o vínculo entre os próprios alunos. Estimule seus alunos a lerem a lição durante a semana, incentive-os a fazer anotações, selecionar as dúvidas para levar pra sala e, levar ideias que possam se somar a aula em sala etc.
A ORAÇÃO E A DEPENDÊNCIA DO ESPÍRITO SANTO
Um exímio professor é alguém que depende do Espírito Santo. Dependência do Espírito Santo não é sinônimo de preguiça e desleixo; quem depende do Espírito Santo, ora, lê, estuda, pesquisa e se qualifica, mas o mesmo compreende que, nada será possível se não for pela graça de Deus e a ação do Espírito Santo.
Assim, se qualifique, mas não se estribe ou apoie em seu entendimento (Pv 2.5-7).
O professor fala aos ouvidos e ao coração, mas é o Espírito Santo que leva a palavra ao íntimo, e é Ele que impacta, edifica e transforma o aluno através da sua palavra.
O professor deve antes de tudo orar, ore no início do preparo da aula, ore durante e ore ao encerrar seus estudos; assim como toda sua aula deve ser regida por oração.
Ore, ore, ore, se prepare, confie em Deus e faça tudo com excelência; Cristo e sua noiva merecem o melhor.
A dependência do Espírito Santo e a oração, se deixadas de lado, o professor não apenas esvaziará sua sala de aula, mas enterrará o ministério que Deus “o confiou”, além de deixar marcas profundamente negativas na vida dos alunos.
Aulas sem oração e sem a devida dependência do Espírito Santo é apenas conversação; são falas sem vida, sem vigor, sem graça e sem edificação. São aulas que até podem saturar os alunos de informação, mas jamais provocará mudanças na vida de cada um deles. Pense nisso caro professor.
Esses são “apenas” alguns dos aspectos importantes no preparo de uma aula (obviamente existem outros). O professor deve estar ciente da importância de um bom planejamento de sua aula. A aula em si em sala de aula será um resultado irrevogável do preparo anterior a ela. Que aula você quer ministrar? Com que nível de qualidade? Quer impactar a vida dos alunos? Lembre-se e reflita sobre:
SUAS AULAS SÃO MAIS RELEVANTES QUE O SONO DO ALUNO PELA MANHÃ DE DOMINGO?
Jesus Cristo salva, cura, batiza no Espírito Santo e breve voltará.
Em Cristo, Professor Romário Rodrigues.