As Três dimensões do culto
- Romário Rodrigues

- 28 de jun. de 2023
- 15 min de leitura
Atualizado: 19 de ago.

A palavra “Culto” de origem grega é LATREIA, que em geral significa: Qualquer serviço ou ministério; o serviço a Deus; serviço e adoração a Deus; realizar serviços sagrado etc. A raiz Hebraica da Palavra culto é AVOD, que significa serviço (Aved quer dizer servo). Na mesma classe gramatical Hebraica de AVOD está a palavra AVODAH, que é a palavra usada para o termo adorar, e que significa TRABALHAR (serviço). Veja que, tanto no Grego quanto no Hebraico, o sentido original de Culto é: serviço, servir. O mesmo pode-se dizer da palavra adorar em seu sentido original, que significa também serviço, servir. Observem a familiaridade entre os termos, Culto e Adoração = serviço, servir. Como vemos, as expressões para Culto tanto em Grego quanto em Hebraico apontam justamente para a ideia de culto que encontramos no texto sagrado.
Paulo afirma em Rm 12.1: "Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional". Paulo afirma que o culto racional é o ato de nos oferecermos integralmente a Deus como sacrifício (oferta) vivo, santo e agradável. Observe que esse "culto racional" envolve: racionalidade; voluntariedade; oferta/sacrifício; santidade; a integralidade do ser (espírito, alma e corpo); agradabilidade a Deus; centralidade em Deus e serviço/ servir. Paulo nos apresenta o sentido bíblico de culto (assim como outras passagens das Escrituras); o ato de cultuar implica em: oferecer, ofertar, servir a Deus. Logo, quando pensamos em culto devemos estar cientes de que isso envolve primeira e principalmente, um ato de oferecer, ofertar e servir a Deus. Assim, quando pensamos no culto no templo, por exemplo, a nossa postura deve ser: Que culto devo oferecer a Deus? Como oferecer um culto racional? Deus se agradou/recebeu o meu culto? Quais os elementos essenciais de um culto agradável a Deus? Ao sairmos de um culto no templo, por exemplo, nossa pergunta necessária seria: Senhor, tu recebestes o meu culto? (Am 5.21). Quando perguntamos uns aos outros se "gostamos" do culto, fica evidente que não entendemos o real significado de culto e de cultuar. Obviamente que, os que verdadeiramente oferecem um culto sincero e racional, também são: alimentados, abençoados espiritualmente; mas isso é um desdobramento do culto que ofereci a Deus. Ou seja, nós oferecemos a Deus nosso culto, enquanto somos edificados e alimentados espiritualmente.
Quais são as três dimensões do Culto?
Iremos analisar três dimensões ou aspectos do culto: Culto individual; culto no lar e culto no templo. Veremos no decorrer da exposição que o culto não está restrito ao templo, mas que seu propósito é muito mais amplo. Devemos cultuar a Deus no templo, em nossos lares, mas também individualmente, de tal forma que, nossas vidas sejam um culto a Deus.
O CULTO NO TEMPLO
Muitos são os aspectos em torno do culto no templo, e consideramos todos eles importantes, mas nessa abordagem o nosso enfoque principal será em torno do sentido e propósito do Culto. Como já pontuados acima, o sentido original e bíblico de culto é justamente o oposto do que alguns pensam. Cultuar significa ofertar, oferecer, servir e "doar", a Deus. Culto é um serviço de adoração que ofertamos voluntariamente a Deus. O princípio de culto vem desde os primórdios da existência humana; desde o casal Adâmico, passando pelos Patriarcas, pelo período da lei e chegando ao Novo Testamento. Ainda que, com outras nomenclaturas e variações dentro de cada dispensação, o ato de cultuar em si, sempre foi uma realidade no seio do povo de Deus. Obviamente que com a queda, veio os desvios e distorções na adoração e culto. Existem muitas outras formas de culto (como muitos relatados no texto sagrado) que são completamente divorciadas dos princípios Bíblicos. Apesar da grande tragédia que foi a queda, é possível, por meio da graça de Deus oferecermos a Deus não um culto perfeito e sem mácula, mas um culto que lhe seja agradável (Jo 4.24), pelos próprios méritos de Cristo.
O Culto no templo é a reunião de salvos (...) que se juntam com o propósito principal de oferecer a Deus um culto agradável e racional (Hb 10.25). Quando as famílias saem das suas casas algumas vezes por semana rumo ao templo, lá se juntarão a outras famílias que ali estarão com o mesmo propósito áureo: cultuar a Deus! No momento do culto nós, oferecemos individualmente a Deus o nosso "sacrifício vivo" a tempo em que compartilhamos também da comunhão entre irmãos que é essencial para o corpo de Cristo, assim como também somos edificados por Deus, por meio da exposição da palavra, através da manifestação dos dons, do ensino bíblico, e dos hinos sacros.
"ELEMENTOS" ESSENCIAIS NO CULTO
Quanto à liturgia, Paulo afirma: "Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntardes, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para a edificação" (1Co 14.26). Veja, apesar de que se deve haver certa flexibilidade quanto á liturgia nos cultos, pois a mesma não deve ser engessada, por outro lado há princípios Bíblicos que são elementares e fundamentais, que devem nortear a liturgia no culto que prestamos a Deus.
Nesse ponto precisamos evitar dois extremos:
Por um lado, precisamos evitar uma extrema inflexibilidade nos cultos. Muitas pessoas querem engessar o culto de tal forma que, se alguém no meio do culto quiser se entregar a Cristo e receber uma oração, ela é repreendida e orientada a esperar o final do culto. Isso é um absurdo! Esses e outros exageros feitos em nome de uma liturgia devem ser evitados. A flexibilidade em muitas situações, é extremamente necessária, até porque, Deus é soberano, e se Ele quiser agir de tal forma que choque com a liturgia pré-estabelecida? Deus não agirá contra sua palavra mas pode, se quiser, agir diferente da nossa liturgia. Isso não significa que Deus não seja ordeiro, organizado, não. Pois o mesmo ordena que tudo seja feito com "ordem e decência" (1Co 14.40). O que queremos dizer é que Deus é soberano, dono das nossas vidas. Ele tem total liberdade para agir como e quando quiser.
Outro extremo a ser evitado é o falso uso da flexibilidade na liturgia como desculpa para se implantar no seio da igreja aberrações que vão contra as Escrituras. Muitos têm confundido, FLEXIBILIDADE COM CARNALIDADE, têm confundido, LIBERDADE PARA CULTUAR COM LIBERTINAGEM DA CARNE, por exemplo: cultos que regularmente tem hora pra começar, mas não para terminar, cultos que falsamente flexibilizar tanto que, cantam, cantam, e não há mais tempo pra palavra; são cultos que a falsa desculpa da flexibilidade chegou a tal extremo que se verifica nessas reuniões vários tipos de “inovações mundanas”, modismos, sincretismo, práticas esquisitas e por aí vai.
Como vimos, precisamos ser vigilantes e equilibrados e o nosso "ponto de equilíbrio" é justamente a palavra de Deus. Dentre os elementos "essenciais" no culto no templo, destacamos alguns:
Doutrina/Palavra: Paulo disse: "cada um tem, doutrina" (1Co 14.26). Doutrina significa instrução, ensino. Independente do tipo de ministração, quer seja ensino ou pregação, ambos devem ser doutrinários, ou seja, as verdades bíblicas devem ser ministradas, tanto através do ensino, como também da pregação (e dos hinos entoados). Claramente nas Escrituras, se observa que a palavra de Deus deve ter a primazia nas nossas vidas (Sl 138.2). Não seria diferente em nossos cultos; a palavra deve ter a primazia. Lamentavelmente e, com muita tristeza, temos observado aos poucos a palavra de Deus perdendo a primazia nos cultos. Com o passar dos anos, tem se minguado não só o tempo (que já é trágico), mas também a reverência e a qualidade das ministrações da palavra em muitos púlpitos. Em muitos lugares, já não há mais espaço para a palavra. Quando muito, recantam as Sagradas Escrituras aos 15 ou 20 últimos minutos finais do culto, após horas de muitos cânticos, testemunhos, coreografias, avisos enfadonhos, vendas de rifas e cantinas, e outras atividades mais.
Ah, meus amados. Muitas vezes somos leões contra aqueles que querem recortar versículos Bíblicos, mas somos omissos e complacentes com aqueles que aos poucos têm ‘arrancado’ a palavra dos púlpitos. Aos poucos e sorrateiramente, em muitas igrejas ditas Evangélicas, a bíblia tem se tornado apenas um "objeto decorativo" do culto. São locais onde Deus não é mais o centro, logo, se Deus já foi retirado de lá (Ap 3.20; Am 5.21-27), não faz mais sentido que a palavra tenha primazia. Lá está ela, para uns um amuleto, para outros, um objeto obsoleto, ultrapassado, para outros, um mero livro de práticas religiosas e litúrgicas. Tenhamos cuidado, vigiemos! A palavra de Deus deve ter primazia em nossos cultos, se não, eles não passarão de reuniões de mortos.
Pastores, líderes, obreiros, todos salvos em geral, guardem isso: não substitua a primazia da palavra por absolutamente nada. Uma igreja bíblica, avivada, relevante, espiritual e que agrada a Deus é uma igreja onde a palavra tem primazia. Dar primazia à palavra em um culto é permitir que Deus seja o centro do mesmo, é permitir que o Espírito Santo dê as diretrizes não só do culto mas também das nossas vidas. Priorizar a palavra é permitir que Deus seja a primazia em tudo (Lc 10.27). Portanto líderes, estabeleçam um tempo de qualidade nos cultos, a fim de que a palavra de Deus seja ministrada de forma eficiente, para que Deus seja glorificado e as vidas edificadas. Qual tempo a igreja que você congrega tem dedicado à palavra? Esse tempo revelará não só o nível espiritual desta igreja, mas também qual lugar Deus ocupa na vida dessa comunidade.
Salmos/hinos:
Conforme a descrição paulina, os cantos também devem fazer parte do culto no templo. A presença da música nas reuniões de adoração é uma realidade desde o Antigo Testamento. Dentre os descendentes da tribo de Levi, se encontrava os Levitas; e esse grupo tinha como uma das suas funções, a música (2 Cr 5.12). Vale ressaltar que, nem todo levita era músico, e nem todo músico era levita. Davi, por exemplo, era músico e não era levita (1 Sm 16.18). Dessa forma, a música faz parte do propósito de Deus para as cultos nos Templos.
Vale destacar que os hinos entoados nos cultos devem ser hinos:
● Bíblicos que visam exaltar a Deus;
● Hinos cuja mensagem traga edificação aos que ouvem;
● Hinos que não sejam antropocêntricos, ou seja, que o centro não seja o ser humano;
● Hinos que tenham mensagens bíblicas e de forma clara;
● Hinos que não estejam impregnados de mensagens de autoajuda.
Qual o tempo deve ser dedicado aos hinos no templo?
Aqui é preciso ter muito equilíbrio e bom senso; geralmente os cultos duram em média duas horas (podendo variar de uma igreja para outra). É importante que se dê espaço para que os hinos sejam entoados, mas, é preciso gerir bem o tempo, a fim de que o tempo da pregação, por exemplo, não seja prejudicado. Infelizmente, muitas igrejas exageram no espaço dedicado aos cânticos. São inúmeros grupos, inúmeras oportunidades, sem contar quando a igreja é visitada por outros conjuntos e cantores, onde os pastores se sentem na obrigação de ouvir esses cantores. Esse desequilíbrio tem sido altamente prejudicial. Há casos onde se passa mais de uma hora cantando e quando muito, sobram 15 ou 20 minutos para a ministração da palavra. Um absurdo. Os hinos são importantes, mas a palavra tem primazia; e tudo precisa ser feito com equilíbrio e bom senso.
● A manifestação dos Dons (1Co 14.26)
Ainda na descrição Paulina, o mesmo fala sobre as manifestações dos dons no culto. Nós cremos na atualidade de todos os dons Espirituais (1Co 1.7; 1 Co 13.9). Cremos que ainda hoje Deus concede dons aos seus servos para a Glória de Deus, edificação do corpo, serviço cristão etc. O culto, é um dos momentos em que Deus, na sua soberania (e quando quer), manifesta aqueles dons conhecidos como extraordinários como: Profecia, Palavra do conhecimento, curas etc. Deus é soberano, e tem operado graciosamente através dos dons no nosso meio. Cabe a nós, cristãos, crermos e administramos bem os dons que Deus nos concede nessa “mordomia cristã”.
Sobre a manifestação dos dons nos cultos precisamos ter alguns cuidados:
● Evitar o racionalismo e a incredulidade;
● Evitar os exageros que ferem a palavra;
● Fazer tudo com ordem e decência (1Co 14.40);
● Não ser ignorante acerca dos mesmos e suas manifestações;
● Respeitar a soberania e decisão de ação do Espírito Santo;
● Ter discernimento, para evitar as falsas manifestações etc.
Os dons são dádivas de Deus. O fato de haver erros e distorções, não os desqualificam, jamais. Os erros estão nos seres humanos, e não nas dádivas divinas. Se por um lado é um erro usar os dons de forma incorreta, também é um erro não querer receber e usar os nossos para a glória de Deus.
● A oração (1Ts 5.17)
A oração deve ser parte integrante do culto. Aliás, Paulo diz: "orai sem cessar" (1Ts 5.17 ). É impensável um culto no templo onde não haja espaço para a oração. Mas, infelizmente, a boa prática da oração já não é mais uma realidade em todos os lugares. Infelizmente, já há ambientes onde a oração já não faz parte da liturgia do culto. Em outros lugares a oração até faz parte da liturgia, mas, são poucos aqueles que se interessam em chegar ao templo e falar com Deus, pelo menos para agradecê-lo pela salvação e pela oportunidade de ali está para lhe prestar mais um culto no templo. Lamentavelmente, muitos dentre nós, ao se referir ao culto no tempo dizem: “o culto na verdade começa às 19:00h; às 18:30 é o período de oração”. Falam assim como se a oração não fizesse parte do culto. Pergunto: Que culto ofereceremos a Deus, se já não é mais interessante se relacionar com Ele através da oração? O que temos a oferecê-lo se para nós se tornou um sacrifício dialogar com Ele? Encarar a oração como um fardo e sacrifício têm demonstrado quão frágil espiritual está boa parte da nossa geração. Pois, qual filho tem bom relacionamento com seu pai e não tem prazer de se comunicar e relacionar com ele? Nenhum! Assim, a oração deve ser parte fixa do culto. O culto deve ser iniciado e encerrado com oração.
● Além desses aspectos, poderíamos citar outros que são importantes no culto. Como não temos a pretensão de sermos exaustivos, trouxemos aqui pelo menos esses. Poderíamos citar também, elementos como: Comunhão, Adoração, contribuição voluntária etc. Portanto, não devemos deixar de oferecer a Deus nosso culto no templo (Hb 10.25) como é costume de muitos; mas, precisamos oferecer cultos que realmente agrade a Deus; cultos regados pela palavra, por uma adoração sincera, com muita comunhão e edificação do corpo de Cristo. Deus deve ser o centro do culto, e a sua palavra a regente não só da nossa liturgia, mas também dos nossos corações e ações no ato de cultuar.
O CULTO DOMÉSTICO
O ato de cultuar a Deus não pode estar restrito ao templo, mas, deve se estender aos nossos lares. Na verdade, os cultos no templo geralmente são um reflexo do nosso lar. Quem está bem com Deus no lar, certamente lhe oferecerá um culto no templo que lhe seja agradável.
O FUNDAMENTO DO CULTO DOMÉSTICO
Há várias referências nas Escrituras que nos servem de base para a realização do culto doméstico. Por exemplo, no livro de Deuteronômio cap. 6.7-9, temos vários princípios que devem servir de norte e orientação para nossos cultos domésticos.
Eis alguns princípios:
● Princípio da comunhão;
● Princípio do ato de reunir;
● Princípio do ato de orar;
● Princípio do ato de dialogar;
● Princípio do ato de ensinar;
● Princípio da meditação nas Escrituras;
● Princípio da mordomia do tempo;
● Princípio da conduta do salvo etc.
No livro de Provérbios cap. 22.6, temos também alguns princípios que podem nortear (não só) os nossos cultos domésticos. Está escrito: "Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando se envelhecer, não se desviará dele". Esse versículo obviamente não faz uma promessa, mas nos traz princípios para a vida. Salomão não está dizendo que todo filho instruído no caminho, nunca se desviará; mas, ele está dizendo que esses são os princípios que devem servir de base para a educação dos filhos.
Alguns princípios encontrados nesse versículo:
● Princípio da instrução;
● Princípio do ensino desde cedo;
● Princípio da instrução pelo exemplo;
● Princípio da instrução pela palavra;
● Princípio da instrução contínua;
● Princípio da responsabilidade dos pais no ensino dos filhos;
● Princípio da missão divina dos pais no lar etc.
Como vimos, muitas são as referências bíblicas que nos servem de fundamentos para a realização dos nossos cultos no lar. Infelizmente, com muita tristeza, observamos que os cultos nos lares já não é uma realidade em boa parte dos lares cristãos. Precisamos urgentemente resgatar essas boas práticas, essas disciplinas espirituais que são de fundamental importância para nossas vidas. Lamentavelmente, o culto doméstico é uma das disciplinas espirituais que tem perdido espaço em nossos lares, muitos são os empecilhos, as barreiras que militam contra essa boa prática.
PRINCIPAIS "INIMIGOS" DO CULTO DOMÉSTICO
● Muita ocupação;
● Jornada de trabalho exagerada;
● Rotina profissional;
● Redes sociais;
● Falta de diálogo na família;
● Falta do estabelecimento de prioridades etc.
Não podemos deixar que nada nos impeça de cultuar a Deus em nossos lares. Independente do tipo de rotina que as famílias têm, é possível sim realizarmos o culto doméstico, basta que tenhamos interesse e boa administração do tempo. Quando é grande nossa sede de cultuar, as desculpas se vão e as oportunidades surgem (Mt 6.33). Obviamente que cada família tem sua rotina, e cada um tem seu contexto diário, mas isso não impede a prestação de culto a Deus no lar. Diante disso, daremos algumas dicas gerais de como realizar o culto doméstico:
● Separe um tempo em que todos (se possível) os integrantes da família estejam presentes;
● Estabeleçam um tempo (com flexibilidade) para a realização do culto, por exemplo: 15 minutos;
● Estabeleça uma frequência, por exemplo, duas vezes por semana (depende de cada contexto);
● Faça do culto um momento de adoração a Deus e de comunhão familiar;
● Estabeleçam metas, e não negociem isso.
LITURGIA DO CULTO
● É importante que se tenha uma liturgia, mas que seja flexível;
● Cante um hino de adoração e gratidão a Deus;
● Faça a leitura de uma ou mais passagem bíblica;
● Escolha alguém pra fazer uma reflexão (dentro do tempo de cada família) do texto;
● É proveitoso que se haja ensino, para os filhos e para todos através da meditação;
● Inicie e encerre com oração;
● Se possível, evite distrações como redes sociais etc.
● É importante que todos participem do culto ativamente, por exemplo: Um ora, outro lê as Escrituras, outro faz a reflexão e assim por diante.
Como já dissemos, além de ser um momento onde a família se reúne para cultuar a Deus no lar, esse momento pode ser aproveitado para que a família tenha um momento de diálogo que é essencial para a vida no lar. O mesmo culto pode contribuir também para a instrução dos nossos filhos no caminho santo do Senhor. Obviamente, a educação no lar não se restringe a esse momento, mas ele é importante e pode agregar valores eternos para nossos filhos e toda a família. Comece hoje mesmo. Institua essa disciplina em seu lar.
Hoje, com a tecnologia, é possível que até mesmo que membros que estão fora de casa por motivos de trabalho, participem do culto. Portanto, muitos são os benefícios do culto no lar, além de ser um momento de louvor e adoração a Deus, pode ser também momento de edificação, comunhão, ensino, reflexão, diálogo familiar etc. Comecem hoje mesmo.
O CULTO INDIVIDUAL
"Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores, adorarão o Pai, em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem" (Jo 4.23). Inicialmente falamos sobre a íntima relação gramatical que há entre as palavras culto e adoração. Dessa forma podemos afirmar que, o culto é uma forma de adoração a Deus. Quando cultuamos, em qualquer dimensão, estamos adorando a Deus. Vimos que o termo culto é amplo mas por outro lado é prático. O ato de cultuar não se restringe ao templo, ou as reuniões de culto doméstico, mas, o ato de cultuar deve ser uma atividade contínua no nosso viver. Com isso queremos dizer que, nossa vida deve ser um culto ininterrupto a Deus (Sl 34.1-3). Alguns princípios para uma vida de culto a Deus, segundo (Jo 4.23).
O que é adorar em espírito e em verdade?
● Implica em adoração sincera;
● Significa uma adoração sem hipocrisia;
● Significa uma adoração espiritual;
● Significa uma adoração sem restrições;
● Significa uma adoração em todo tempo;
● Implica em uma adoração em todo lugar;
● Significa uma adoração exclusiva ao verdadeiro Deus etc.
A mulher Samaritana estava em dúvidas sobre o local da adoração, mas Jesus mostrou a ela que a adoração, o culto, não está restrito a um determinado local ou templo. Jesus ensinou que, a adoração transpõe as paredes dos Templos e casas. A nossa vida deve ser um verdadeiro culto agradável a Deus (Rm 12.1). Não pode haver um abismo entre o culto que oferecemos no templo, e o culto que oferecemos individualmente. Alguém já disse: "Tenha culto na vida, e terás vida no culto". Ou seja, cultos vivos, avivados, só oferecem a Deus quem cultiva uma vida de relacionamento sério com Ele. Eu não posso oferecer um culto agradável no templo se não ofereço em casa, no trabalho, na sociedade etc. Muitos dos cultos no templo hoje em dia estão mortos, justamente porque aqueles que os prestam a Deus estão sem vida. É incompatível passar o dia dando lugar às obras da carne e à noite no templo queremos oferecer a Deus um culto vivo e racional (Am 5.21). Se o culto é algo que oferecemos a Deus, não podemos esperar que o ofereçamos com qualidade se isso não for um reflexo da minha vida diária. Com isso, não queremos dizer que somos capazes de oferecer um culto perfeito a Deus, não, pois somos pecadores. Mas, ainda assim, é possível, com a graça preciosa de Deus oferecermos um culto agradável a Deus. Deus jamais nos pede além do que podemos oferecer.
Por muitas vezes Deus rejeitou o "culto" dos Israelitas; justamente porque estava embriagado de hipocrisia (Is 1.11-14). Deus rejeitou porque os Israelitas se apegavam ao ritualismo, mas se esqueciam do essencial. Por um lado tinham disposição para oferecer inúmeras ofertas a Deus, mas por outro os seus corações estavam longe do seu Criador, ou seja, era o rito pelo rito. Confessavam com os lábios e com os ritos, mas estavam, na verdade, muito longe de Deus (Is 29.13). Precisamos ter muito cuidado, para que não caiamos nesse abismo! Que os nossos cultos não sejam apenas um amontoado de ritos e liturgias, que não sejam apenas reuniões mortas e formais, que não sejam apenas encontros semanais para o preenchimento de agendas vagas, que não sejam apenas locais de ajuntamento sem propósito. Para que isso não aconteça, é necessário que vivamos para Deus de forma integral: espírito, alma e corpo, em todo tempo e lugar, e não apenas no templo. Que a nossa vida seja um lindo e verdadeiro culto agradável a Deus. Que o nosso culto diário e individual, possa ser recebido por Deus como cheiro suave e agradável as "suas narinas". Portanto, não é possível oferecermos um culto perfeito a Deus, mas é perfeitamente possível oferecermos um culto agradável e racional a nosso Senhor. A Bíblia Sagrada nos dá a orientação segura para tal, basta que a obedeçamos.
VOCÊ TEM PRESTADO UM CULTO AGRADÁVEL A DEUS?
Em Cristo, Romário Rodrigues
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Amo seus estudos são muito esclarecedor liguagem Simples Deus continue abençoado
Deus abençoe a todos.