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Aviva, ó Senhor, a tua obra

Atualizado: 10 de dez. de 2022



Aviva, ó Senhor, a tua obra (Hc 3.2)


A palavra Avivamento (substantivo) não aparece na Bíblia, mas aparece muitas vezes em expressões correspondentes/correlatas como: Vivificar, avivar. A Palavra Avivamento significa basicamente: reavivar, renovar, despertar, avivar, animar, tornar a vida, etc. Na oração de Habacuque (Hc 3.2), especialmente no versículo 2, iremos perceber alguns princípios e desdobramentos de um Avivamento genuíno.

O Profeta Habacuque é conhecido como um dos "profetas menores". Foi um profeta de Judá que viveu mais ou menos 600 anos a.C. No capítulo 3 do seu livro, temos a sua oração em forma de canto e já na sua introdução o profeta clama ao Senhor a fim de que o seu povo fosse avivado.

Iremos destacar, a fim de provocar uma profunda reflexão, alguns princípios e desdobramentos de um mover genuíno nesse capítulo 3 e versículo 2.


● PRIMEIRO PRINCÍPIO: ORAÇÃO


O que é oração?


Oração é um diálogo entre o filho e o Pai. É um diálogo entre a ovelha e o sumo Pastor, entre o servo e seu Senhor. A oração não é um mero rito, não é uma conversa aleatória. A oração não é um meio de barganhar favor de Deus, mas é uma disciplina espiritual indispensável no relacionamento do servo com seu Senhor.

Habacuque nos ensina (assim como a Bíblia toda) sobre o valor da oração, independente das circunstâncias. Nos ensina que, por meio da oração, nos achegamos ao trono da presença de Deus. Por meio de sua oração o profeta também nos ensina que: oração tem princípios, bases, diretrizes que devem ser seguidas, ou seja, não é qualquer tipo de oração que agrada a Deus (Is 59.2). Precisamos orar da forma correta, pelas motivações corretas, seguindo os princípios corretos, assim, nossa oração será agradável aos olhos de Deus.

Como você tem orado?

A oração tem um íntimo relacionamento com o Avivamento. Todos aqueles que estão avivados desejam viver em oração. O avivado não vê a oração como um fardo, mas sim como "momentos" de gozo nos braços do Pai. O avivado não vê a oração como uma obrigação, mas sim como uma prática prazerosa e necessária na sua comunhão com o Pai. O avivado, não ora a fim de que Deus atenda todos os seus pedidos, mas ora a fim de que o seu coração esteja inclinado e disposto a viver o que Deus tem pra ele. O mesmo não diz: Faça tudo o que eu pedir Senhor, mas diz: Que eu entenda que sua vontade é boa, agradável e perfeita. Não há Avivamento sem oração. “Pois, como pode ter vida aquele que não está ligado a fonte de Vida?” (Gn 1.26).

Você conhece alguém que esteja avivado e que não deseja falar com Deus e ouvir a sua voz? Não existe! Todos os Avivamentos registrados na Bíblia e na história, sempre foram diretamente associados à oração! Avivamento sem oração não é Avivamento, é movimento de homens. Portanto, aprendamos com Habacuque sobre o valor da oração. Feliz é aquele que diariamente se achega aos pés do Pai, a fim de ter um diálogo íntimo e profundo com Ele! Ah como é bom! Como isso nos molda, nos lapida, nos aprofunda! Como isso nos torna íntimos do pai! Ah se entendêssemos o princípio e o valor da oração como registrado nas Escrituras! Você tem uma vida de oração?


● SEGUNDO PRINCÍPIO: OUVIR


O Profeta inicia sua oração destacando uma disciplina essencial à vida do cristão, disciplina esta que é destacada e até recomendada pela própria Bíblia Sagrada. Tiago, o irmão do Senhor, deixa isso claro em Tg 1.19: “[…] Mas todo homem seja pronta para ouvir, tardio para falar […]". O ato de ouvir é uma disciplina que está fortemente ligada a outras disciplinas espirituais como, meditar, refletir. Tiago fala da necessidade de termos prontidão a ouvir e sermos tardios a falar, ou seja, falar o necessário, de forma equilibrada, com sabedoria, prudência, etc. O conselho de Tiago é maravilhoso e prático. Aqueles que estão mais dispostos a ouvir, geralmente são os que mais são prudentes ao falar. Um bom ouvinte geralmente não colhe os frutos amargos da língua.

Quando Habacuque fala de ouvir, isso vai muito além de escutar. Uma pessoa pode escutar muito bem, mas não ouvir (não dá ouvidos, não guardar, não dá crédito). O princípio encontrado aqui (OUVIR) é o mesmo encontrado nas sete cartas que Cristo enviou as igrejas da Ásia Menor (Ap 2 e 3). Em cada carta se observa a recomendação: "Quem tem ouvidos ouça, o que o Espírito diz as Igrejas". Assim como em Habacuque, o princípio aqui vai além de escutar, significa ouvir, dar ouvidos, guardar o que ouviu, dá credibilidade, praticar o que guadou, esse é o sentido. Um dos significados de Avivamento é "tornar a vida" e era exatamente disso que estava precisando a maioria das igrejas da Ásia Menor. A Igreja de Éfeso, por exemplo, precisava voltar ao primeiro amor, voltar à vida. Jesus a recomendou que desse ouvidos ao que dizia o Espírito Santo, afim de que eles fossem reavivados, afim de que voltassem à vida, pois estavam mortos espiritualmente. Quando escutamos, mas não ouvimos, estamos a passos largos no corredor da morte espiritual.

Vivemos em um contexto onde há muita disposição em falar, opinar, palpitar, murmurar, questionar, reclamar, ser ouvido, mas pouca disposição em: ouvir! Ouvir tem se tornado uma disciplina rara, principalmente quando se trata de ouvir a voz de Deus e sua palavra. Vivemos a era da conectividade, dos muitos afazeres, das múltiplas tarefas, das correrias sem freio, das funções amontoadas e quase que não se tem tempo para ouvir o que Deus diz!

Um dos estágios da morte espiritual é a distraçãoe esse é um sintoma flagrante da nossa geração. A distração entretém e tapa os ouvidos que ficam tão ocupados que se tornam "impossibilitados" de ouvir o que Deus diz. Que distração tem te impedido de ouvir o que Deus diz? Habacuque certamente tinha suas ocupações, mas não as deixou o fazer surdo diante da voz de Deus.

Quem são os avivados? Quem são os que têm vida? Quem são os que estão de pé? Quem são os que estão vivendo o primeiro amor? São aqueles que ouvem (guardam, dão credibilidade, praticam) o que Deus diz. Você é um bom ouvinte? Você tem ouvido a voz de Deus. Como disse Isaías: "Ouçam e a vossa alma viverá" (Is 55.3).




● TERCEIRO PRINCÍPIO: RECONHECER O SENHORIO E A SOBERANIA DE DEUS


Habacuque ao orar, reconhece a Deus como seu SENHOR. Logo, ele se coloca na posição de servo, em uma atitude de submissão, em humildade e temor. Habacuque se dirige a Deus em oração pelo seu povo que vivia em declínio espiritual.

O termo SENHOR nesse texto é um pronome de tratamento que transmite o sentido de respeito, reverência, temor. Habacuque age com sabedoria porque o temor ao SENHOR é o princípio da mesma (Pv 9.10).

Esse mesmo princípio de irmos a Deus em oração com o espírito de humildade e submissão nos é ensinado por Jesus naquilo que nos é um modelo de oração - o Pai nosso (Mt 6.9-13). Jesus nos ensina que em primeiro lugar precisamos lembrar que estamos nos dirigindo ao nosso Pai e Senhor a quem devemos reverência e temor. Infelizmente, esse princípio tem sido adulterado por muitos quando em suas orações, canções, pregações, ensinos, se dirigem a Deus como se eles fossem o Senhor e Deus fosse o servo (um absurdo). Quem somos nós pra fazermos isso? (Is 45.9). Um verdadeiro servo de Deus é humilde (Mt 5.5). Ele se dirige ao pai em oração com humildade e reverência, pois, está diante do todo Poderoso, o criador dos céus e da terra, o soberano Senhor. Deus é o Senhor, ele é nosso rei e felizes somos nós por sermos súditos do seu reino. Aleluia!

Habacuque nos ensina que não há Avivamento e vida espiritual se não nos submetermos ao senhorio de Deus. Reconhecer o senhorio é reconhecer quem Deus é. É reconhecer também quem nos somos e qual é a nossa condição diante de Deus (servo). Você reconhece o senhorio de Deus? Isso implica em: temor, humildade, obediência, reverência, adoração, serviço, prontidão. Jesus disse que não podemos servir a dois senhores (Mt 6 24). Serviremos a um e aborreceremos o outro. Precisamos ter cuidado pra não termos um Senhor nos lábios e outro nas obras (Is 29.13). Precisamos ter cuidado pra não cairmos no erro de sermos senhor de nós mesmos (me refiro a EGOLATRIA), a idolatria do EU - eis um ídolo a ser combatido.

Jesus também nos lembra de que nem todos os que dizem Senhor, Senhor, entrarão no reino de Deus, ou seja, reconhecemos o senhorio de Deus quando nos submetemos a sua vontade, quando permitimos que o caráter de Cristo seja forjado em nós (Ef 4.12). Ninguém foi próspero em toda a Bíblia sem se submeter ao senhorio de Deus. Você tem se submetido ao senhorio de Deus?


● QUARTO PRINCÍPIO: OUVIR/ESTUDAR A PALAVRA DE DEUS


Habacuque nos ensina a orar, a ouvir, a reconhecer o senhorio de Deus e aliado a isso ele nos ensina o valor de ouvir/estudar a Palavra de Deus. É impossível um Avivamento sem a palavra. É impossível termos vida espiritual sem a Palavra. É absolutamente impossível agradarmos a Deus sem o exame da Palavra. É impossível vencermos sem a Palavra. Sem a palavra a derrota e o fracasso é certo.

Jesus bem nos ensinou quando foi tentado por satanás. Como ele venceu o inimigo? Com a palavra! Jesus confrontou o inimigo dizendo: ESTÁ ESCRITO (Mt 4). Infelizmente muitos não podem dizer: está escrito. Eles sequer meditam ao menos uma vez diariamente na palavra. Para eles qualquer entretenimento ou diversão é mais importante do que meditar na palavra. O Senhor nos afirmou: "O povo pereceu por falta de conhecimento" (Os 4.6). O que acha que acontecerá com os que não meditam na palavra? Se não mudarem, terão o mesmo destino dos Israelitas: escravidão, vergonha, destruição, idolatria, vassalagem, perdição, morte espiritual, e toda sorte de prejuízos espirituais. Todos os Avivamentos e despertamentos registrados na Bíblia foram iniciados, seguidos e abalizados na Palavra. Um claro exemplo foi o Avivamento do tempo do rei Josias, o rei "mais" piedoso de Israel (2 Cr 34.33). O grande despertar veio através da Palavra de Deus (2 Rs 22.3-10). O mesmo ocorreu nos Avivamentos registrados na história da Igreja. Todos foram iniciados pela Palavra. Um claro exemplo foi o Avivamento dos dias de Wesley, assim como também o Avivamento da Rua Azuza. Registros históricos deixam às claras a relação desses despertamentos com a Palavra de Deus.

*A palavra de Deus é luz, ela tira da escuridão (Sl 119.175);

* A palavra de Deus é vida, por ela somos vivificados (Sl 119.107);

* A palavra de Deus é pão, ela nos mantem vivos espiritualmente (Mt 4.4);

* A palavra de Deus santifica, ela nos torna íntimos de Deus (1 Tm 4.5);

*A palavra de Deus é água, ela gera a "sede" de apreciarmos e bebermos da presença, da Água Viva (Jo 4.15);

* A palavra de Deus desperta, ela nos tira da letargia e paralisia espiritual ( Ef 5.1 );

*A palavra de Deus é profunda, ela promove nossa comunhão com Deus (Jo 15.7,8).

Uma clara evidência de uma pessoa avivada é seu apego amoroso a Bíblia Sagrada. Infelizmente muitos acreditam na mentira de que é possível amarmos a Deus sem amarmos a sua palavra, e isto é impossível (Sl 138.2). O nosso interesse pela palavra revela nosso interesse e sede por Deus. A forma como tratamos a palavra revela o que realmente sentimos e pensamos sobre Deus. A palavra é o próprio Deus falando conosco. É Deus falando ao homem. Por meio dela, conhecemos a Deus, conhecemos seus valores, princípios eleis. Sem a palavra não há Avivamento.

Fuja de qualquer movimento que despreze a palavra, qualquer ajuntamento onde a palavra é substituída por qualquer coisa, de reuniões onde a palavra não é levada a sério. Fuja de qualquer meio onde a palavra é subestimada. Você ama a palavra de Deus? Qual é sua relação com ela? Tem dedicado tempo de qualidade às Escrituras? Tem guardado a Palavra? Quer vida? Ame a Palavra, medite na palavra, ouça a Palavra, guarde a palavra, pratique a palavra.


● QUINTO PRINCÍPIO: TEMOR A DEUS


O temor a Deus está diretamente associado à Palavra, pois, pela Palavra vem o temor. Mas, o que é temor? Temor significa basicamente: reverência, obediência, adoração, humildade, respeito voluntário. Temor é diferente de ter medo. Veja um contraste entre ambos:

· Temor é obedecer a Deus a fim de não entristecê-lo;

· Medo é a disposição de obedecer a Deus com medo das consequências, ou seja:

· Quem teme não quer entristecer Deus;

· O que tem medo deixa de pecar com medo dos juízos - meramente.

Não por acaso a Bíblia diz que o temor a Deus é o princípio da sabedoria (Pv 9.10). Portanto, sabedoria de fato é entregar a vida a Deus e viver segundo seus princípios. Fora disso, qualquer suposta sabedoria, na verdade é uma tolice. O sábio Salomão em seus escritos faz um claro e profundo contraste entre: O SÁBIO E O TOLO, A SABEDORIA E A TOLICE. Quem é o sábio relatado por Salomão? É aquele que teme a Deus e anda em seus caminhos (Ec 12.13). Quem é o tolo segundo Salomão? O tolo é aquele que vive distanciado de Deus (Pv 26.10). Ao examinarmos as Escrituras, fica evidente que não há Avivamento sem temor, sem temor não há vida. Sem temor estamos distanciados de Deus, insensíveis à voz do Espírito Santo, somos fracos diante do pecado, nossos ouvidos estão tapados, nossas mãos amarradas, nossos olhos não enxergam, nossas mãos não apalpam, nossos braços não se movem e nossos pés estão atrofiados na paralisia espiritual.

Salomão conclui o livro de Eclesiastes da seguinte forma: "De tudo o que se tem ouvido o fim é: Teme a Deus e guarda seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem", ou seja, sem temor, tudo está perdido! Deus não deseja ter uma relação conosco pautada pelo medo, jamais, mas sim pelo temor. O temor a Deus nos leva ao melhor estágio possível - o de amigo de Deus (Jo 15.15). Habacuque demonstra um profundo temor diante da palavra de Deus, diante da voz do todo Poderoso. Ele demonstra o real comportamento de todos aqueles que desejam se achegarem a Deus, demonstra que a palavra de Deus deve provocar em nós temor o qual nos leva a uma vida de íntima comunhão com o Pai.

Para que a palavra provoque temor é necessário que estejamos abertos a ela, é necessário disposição para a ação do Espírito Santo em nossos corações nos moldando diariamente. Habacuque entendia que o tão esperado Avivamento da nação não viria enquanto o povo permanecesse em rebelião contra Deus e entendia que o povo precisava ser quebrantado, entendia que o povo precisava de arrependimento.

Arrependimento e temor estão interligados intimamente. Só teme quem um dia se arrependeu e deixou de viver pra si mesmo, dando ouvidos à voz de Deus (Tg 4.8). O temor do Profeta diante da Palavra de Deus revela que o mesmo estava vivo, estava de pé na presença de Deus. Como queremos ter vida se não tememos? Jamais! Você teme a Deus? Como anda seu temor ao Senhor?


● SEXTO PRINCÍPIO: A INTERCESSÃO PELOS "MORTOS ESPIRITUALMENTE"


Em sua oração, Habacuque exercita o princípio do altruísmo. Altruísmo é a característica de se dedicar ao outro de forma desinteressada (1 Co 13.4-7). O altruísta é amoroso, generoso, misericordioso. O altruísmo é o oposto do egoísmo!

· Enquanto o egoísta é um AMANTE DE SI MESMO/NARCISISTA (2 Tm 3.2);

· O altruísta é aquele que AMA O PRÓXIMO COMO A SI MESMO (Mt 22.39)

Habacuque demonstra profundo amor e apreço pelo seu povo e pela obra de Deus. Sua oração não atendia aos seus próprios interesses, mas visava à benção de uma restauração espiritual de toda a nação. Que exemplo! Muitos fariam o contrário: Já que estou bem (errôneamente), pouco me importa a situação dos demais! É triste quando a miséria espiritual das pessoas ja não nos gera mais preocupação. Qual foi a última vez que você orou pela restauração espiritual de alguém? Vivemos em um contexto onde o EGOÍSMO E O EGOCENTRISMO TEM SIDO OS DEUSES DE MUITOS (2 Tm 3.2).

O narcisismo tem sido o fio condutor que tem levado muitos a lama espiritual e tem os sujeitado ao fundo do poço da perdição. São muitos os que não têm mais tempo pra Deus, não tem mais tempo pra família, não tem mais tempo pro seu próximo. E assim a SÍNDROME DO LEVITA E DO SACERDOTE (Lc 10.25-37), tem escancarado às profundas chagas de uma geração que há muito está adormecida nos seus próprios prazeres. Que lamentável!

O Profeta Habacuque fez justamente aquilo que Cristo posteriormente nos ensina na Oração do Pai Nosso (Mt 6.9). O que Jesus ensinou não foi uma oração programada, não foi uma oração de cabeceira, não foi uma oração ritualística. O que Ele nos deixou nessa passagem foi um MODELO DE ORAÇÃO. E é fácil perceber do início ao fim da mesma como o princípio do altruísmo é presente. É bem comum expressões como: PAI NOSSO, PÃO NOSSO, DAI-NOS, PERDOA-NOS, NOSSAS DÍVIDAS, PERDOAMOS, NOSSOS DEVEDORES, PÃO NOSSO, DAI-NOS, ou seja, Cristo nos ensina que o próximo precisa estar presente em nossas orações! Ah se agíssemos como Salomão. O mesmo teve "carta branca" de Deus para pedir o que quisesse. E olhe que, o que ele pediu, foi em benefício do próximo. (2 Cr 3.1-15). Tiago, o irmão de Jesus afirmou: "Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites" (Tg 4.3).

Uma das evidências de que uma pessoa está viva espiritualmente é quando ele deseja que as demais também estejam. Os vivos clamam por vida. Nós servimos um Deus vivo. Precisamos orar pela restauração das pessoas. Sabemos que a oração não viola a liberdade das pessoas. As pessoas são livres. Elas decidem aceitar ou rejeitar o mover de Deus em seus corações. Mas nós, como diz a Bíblia Sagrada, devemos orar por todos (1 Tm 2.8).

· Orar pelos outros, é cumprir recomendação bíblica;

· Orar pelos outros é uma demonstração de amor. Você tem orado pelas pessoas?


● SÉTIMO PRINCÍPIO: QUE O AVIVAMENTO SEJA "DURADOURO"


Habacuque ora por um Avivamento duradouro. "Aviva a tua obra no meio dos anos", ou seja, tem a ideia de continuidade. Que contraste, hein? Infelizmente muitos têm compreendido o Avivamento de uma forma equivocada. Muitos chegam a chamar de Avivamento alguns ajuntamentos de meia hora que não duram até o próximo culto. Isso não é Avivamento. Outros acham que o Avivamento está restrito a episódios isolados e discretos. Não! Está claro na fala de Habacuque o aspecto da durabilidade.

Quando falamos de Avivamento, estamos falando de VIDA, ou seja, falar de Avivamento é falar de estar de pé diante de Deus, é falar de estar com o coração em expectativa pelo Arrebatamento da Igreja, é estar com a vida sujeita ao Senhorio do Espírito. Falar de Avivamento também é: sede de orar, sede da palavra, de cultuar, de evangelizar, disposição em perdoar, quebrantamento, arrependimento, desprendimento, temor, comunhão com Deus e com o próximo. Obviamente tais coisas devem nos acompanhar todos os dias e não apenas em momentos isolados das nossas vidas. Avivamento é vida, vida espiritual.

Assim como na nossa vida biológica nós cuidamos do nosso corpo, não só a fim de prolongar nossa vida, mas também a fim de termos uma vida mais saudável e sossegada, não é diferente na vida espiritual. Não podemos vacilar. Precisamos cuidar diariamente para que a nossa vida se prolongue. É o Espírito Santo quem nos sustenta por meio da graça de Cristo, mas não é mérito nosso, embora precisemos fazer nossa parte, uma vez que já fomos salvos pela graça (1 Co 10.12). Habacuque ao orar por um Avivamento duradouro ele estava dizendo: Senhor, eu não quero ver uma mudança temporária, eu não quero ver uma mudança que termine tão rápido como o fogo de palha. Não! Ele desejava uma mudança profunda, sincera, e duradoura. Esse era o desejo. Quando nós analisamos os Avivamentos registrados na Bíblia, assim como também os registrados na história, muita coisa nos chama a atenção. Quero destacar dentro desse aspecto da durabilidade a seguinte questão: Os desdobramentos.

Hoje, em nossos dias, temos, por exemplo, a ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL, que foi criada em uma época de um grande Avivamento, ou seja, o Avivamento provoca impactos duradouros que atravessam gerações. Por fim, oremos por vida, e vida duradoura. Oremos para que as pessoas queiram ter a vida que só Deus tem pra dá. Oremos por Avivamento na vida daqueles que estão mortos.



● OITAVO PRINCÍPIO: O AVIVAMENTO É NOTÓRIO


O Profeta Habacuque orou a fim de que o Avivamento fosse NOTÓRIO! Interessante essa atitude do Profeta. O desejo dele era de que as obras de Deus se tornassem conhecidas. O Avivamento é uma obra divina, embora devamos buscá-lo, devamos anseiá-lo. Por que é uma obra divina? Porque só Deus tem vida. Só Deus produz vida. Só Deus concede vida espiritual. Jesus disse que nos daria vida e vida com abundância (Jo 10.10). Ele é a fonte de Vida. Fora dele não há qualquer possibilidade de vida. Mas, pela sua graça, Deus nos reabilita a aceitar ou rejeitar a vida! Qual você escolhe? Vida ou morte? Todos os Avivamentos registrados na Bíblia e na história foram notórios e profundamente impactantes! Não é possível esconder uma Igreja viva debaixo de um telhado e dentro de quatro paredes. Não!

Foi assim, por exemplo, no Avivamento do País de Gales (1904-1906). Segundo relatos, os efeitos foram inúmeros e notórios. Os efeitos transpassaram os limites das paredes das igrejas, tais como: Redução da criminalidade, redução do alcoolismo, redução dos prostíbulos. Obviamente que esse Avivamento foi marcado por muita salvação de almas, graças a Deus, milhares de pessoas se converteram a Cristo. Eis uma característica íntima e inseparável do Avivamento – salvação de almas. Houve também muitos milagres. Deus por misericórdia curou e restaurou fisicamente muitas pessoas naquele período. Como dissemos, Deus operava no meio do seu povo e esse mover era notório, era perceptível. Uma igreja viva faz as obras de Deus notórias (Jo 14.13,14). Logo, quem é avivado no domingo à noite é avivado na segunda em casa, no trabalho. O Avivamento é notado no dia a dia pelas pessoas que nos cercam principalmente os mais próximos. Como? Pela nossa postura.

No livro de Atos (2.47), diz que a Igreja caía na graça do povo, ou seja, era uma igreja que dava testemunho. Era uma igreja que carregava as marcas de Cristo. Eram avivados. Só quando estamos avivados é que conseguimos exalar o bom perfume de Cristo (2 Co 2.14-16). Mortos não exalam bom cheiro, muito pelo contrário. Quando as pessoas se aproximam de você, que cheiro elas sentem?

Quando saímos à rua ou mesmo em casa, o que tornamos notório, o Avivamento ou o odor dos que dormem? Será que o nosso comportamento mostra que estamos realmente avivados? A nossa conduta em casa é a mesma conduta nos cultos?

Pensemos nisso!



● NONO PRINCÍPIO: AVIVAMENTO: FRUTO DA MISERICÓRDIA DE DEUS


A palavra misericórdia em Latim é formada pela junção de duas palavras: Miserere (ter compaixão) e cordis (coração). Ou seja, significa ter a capacidade de sentir o que o outro sente ser solidário ao outro. Basicamente o significado de misericórdia é: Quando Deus não dá aquilo que merecíamos, ou seja, merecíamos punição, juízo, mas ele, por misericórdia, não nos dá. O Profeta Jeremias diz que ela é a causa de nós não sermos consumidos (Lm 3.22,23). O Profeta pede a Deus que se lembre da sua misericórdia, pois ele sabia que o que o povo merecia (a humanidade em geral) era a punição, mas ele conhecia o Deus que servia e por isso clamou. Ao falar da misericórdia ele estava dizendo: nós não merecemos Senhor, nós não somos dignos de vida, somos dignos de punição.

A Bíblia diz que a misericórdia é um dos atributos de Deus (atributos são qualidades, ou características atribuídas ao ser de Deus); (2 Sm 22.26). A misericórdia está intimamente ligada ao ser de Deus. Se Deus não fosse misericordioso todos nós estaríamos perdidos eternamente. Louvemos a Deus pela sua misericórdia. Não por acaso assim o profeta encerra o versículo 2, conclamando a misericórdia de Deus, ele diz: "Na tua ira, lembra-te da misericórdia". E veja, mesmo aquela nação sofrendo a punição divina, Deus agiu com misericórdia com seu povo. O seu povo não foi destruído. Foi preservado. Aleluia! O Avivamento é uma obra da misericórdia de Deus. Deus nos dá vida por misericórdia dele, não por mérito nosso. Habacuque sabia disso por isso assim agiu. Que possamos ser humildes e, ao clamarmos a fim de que Deus avise os que dormem, não esqueçamos que, nem eles e nem nós merecemos, mas que isso é obra da misericórdia de Deus.

Nós somos frutos da misericórdia de Deus. Nunca se esqueça disso. Você tem sido misericordioso? Tens tido misericórdia dos mortos espirituais?


● DÉCIMO E ÚLTIMO PRINCÍPIO: HABACUQUE: O OFÍCIO E O SERVIÇO


Habacuque era um servo de Deus que foi chamado para ser profeta. O ofício de profeta no Antigo Testamento era diferente do Ministério do Profeta no Novo Testamento. Mas o que eles têm em comum? Ambas são vocações que deviam/devem estar a serviço de Deus. Habacuque como profeta, apesar das suas falhas (como todos nós temos), tem muito a nos ensinar. Em sua oração (especialmente no versículo 2), ele demonstra um profundo amor pelo seu povo. Isso só é possível porque primeiramente ele amou profundamente a Deus. Ao interceder pelo povo, como fica demonstrado, Habacuque deixa registrado que os dons que o Espírito Santo nos "concede" em primeiro lugar devem ser para glorificação de Deus. Como desdobramento disso, os dons/ministérios devem ser "usados" a fim de que o reino seja expandido (1 Co 12.7). Não faz sentido usarmos os dons de forma egoísta. Habacuque não fez isso. Como profeta ele: Corrigiu, repreendeu, orou, intercedeu, ou seja, ele estava a serviço de Deus, estava debaixo da vontade de Deus, colocando sua vida a serviço de Deus como um canal de bênção em favor do povo a fim de que o povo se achegasse a Deus. Ministério tem uma íntima relação com serviço.

Nós somos servos. Recebemos os dons e devemos com o auxílio do Espírito Santo exercitá-los segundo as Escrituras. Quando estamos avivados não nos contentamos em enterrar os dons que Deus nos concedeu. Há em nós uma disposição intensa para exercitarmos a mordomia Cristã. Nós somos apenas mordomos (administradores) dos dons. O Espírito Santo é o dono. Um dia daremos contas de como agimos (se é que agimos). Dom é uma dádiva de Deus, um presente que Deus quer que "compartilhamos" com os demais. Não sejamos egoistas, sejamos altruístas.

Habacuque nos deixa a lição de que, quem realmente está avivado, precisa estar com o coração em chamas de amor pelo próximo. Quem está realmente avivado está disposto a servir ao reino de Deus, a fim de glorificar o Rei e edificar o corpo de Cristo, além de ir aos campos. Habacuque nos deixa a lição de que, não há Avivamento, onde o narcisismo opera, e o amor mútuo já se extinguiu! Você está "usando" o dom que o Espírito Santo te concedeu? Ou tem enterrado? Como está sua consciência?


Algumas Evidências de Avivamento


● Amor a Deus sobre tudo;

● Amor à palavra;

● Amor pela Oração;

● Amor pelas amas;

● Arrependimento;

● Quebrantamento;

● Disposição em perdoar;

● Prazer em congregar;

● Anseio pelo Arrebatamento;

● Amor ao próximo;

● Comunhão com a família;

● Comunhão com os irmãos.


Texto: Romario Rodrigues

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